Resenha de Alma?: Série O Protetorado da Sombrinha

Resenha de Alma?: Série O Protetorado da Sombrinha

Hoje trazemos a resenha de Alma?, de autoria de Gail Carriger. Se trata do primeiro livro da série O Protetorado da Sombrinha, do gênero steampunk. Ele foi lançado originalmente em 2009 e foi publicado aqui no Brasil em 2013, pela editora Valentina. A protagonista se chama Alexia Tarabotti, que vive na Inglaterra Vitoriana, porém é de origem italiana.

A história me chamou a atenção por possuir todos os elementos que os leitores de hoje em dia apreciam: romance de época, mistério, fantasia com lobisomens, vampiros e fantasmas. E, é claro, uma protagonista que não leva desaforo para casa!

Você vai se apaixonar por essa história! Ao ler eu só ficava imaginando o porquê dessa série ainda não ter tido uma adaptação para as telinhas.

Leia a seguir a nossa resenha de Alma?. Não se preocupe, pois não terá muitos spoilers, só algumas explicações sobre os personagens e de como funciona o sobrenatural no livro.

Resenha de Alma?: Conheça Alexia Tarabotti

A personagem principal de Alma? (Soulless), é conhecida por ter sangue latino, cabelos negros, pele morena, um nariz fora do padrão da época, forma exuberante e um temperamento forte. Alexia é filha do italiano Alessandro Tarabotti, já falecido no livro. Então, com a morte do pai, sua mãe casa-se de novo e tem mais 2 filhas.

Por ter uma aparência distinta de suas irmãs, além de sua personalidade literata, já que Alexia adorava ler os livros sobre filosofia e ciência de seu pai, a nossa protagonista vive como uma solteirona aos 26 anos. Ela se conformou que nunca iria se casar quando sua mãe lhe disse, aos seus 15 anos, que seria perda de tempo e dinheiro fazer um baile de debutante para ela, já que ela não teria chances de se casar. Por isso, Alexia possui uma autoestima extremamente baixa, apesar de seu gênio forte.

Sobrenaturais vivendo em Sociedade

Tarabotti faz parte da Inglaterra governada pela Rainha Vitória. Entretanto, o país é um pouco diferente do que lemos nos livros de História. Já que além dos humanos, a sociedade londrina também conta com lobisomens, vampiros e fantasmas vivendo normalmente com a população. Inclusive, muitos sobrenaturais possuem títulos de nobreza e cargos no parlamento.

No entanto, eles não podem morder nenhum ser humano sem permissão e os lobisomens são trancados em jaulas nas noites de lua cheia. Além disso, existem os zangões e os zeladores, que são pessoas que ajudam ou desejam ser sobrenaturais. Porém eles precisam conhecer como é a vida deles e passar por alguns testes antes de serem mordidos.

O que muitos não sabem, é que além dessas espécies, também existem os preternaturais, ou seja, uma pessoa nem humana e nem sobrenatural. O que faz alguém ter essa característica é não possuir alma, literalmente uma pessoa desalmada.

Assim como seu pai, Alexia se encaixa nessa última espécie, o que faz dela uma sugadora de almas, visto que ela serve como um antídoto para os sobrenaturais. O poder de um preternatural funciona através do toque. Sendo assim, ao tocar em um vampiro, por exemplo, o preternatural faz com o que o sobrenatural volte a ser humano. Em outras palavras, ele perde suas presas momentaneamente, o que faz com que ele não possa atacar Alexia.

É dito no livro que, antigamente, quando os sobrenaturais não eram ainda aceitos na sociedade, os humanos se juntaram com os preternaturais para caçar as outras espécies, principalmente os vampiros. Por isso, alguns deles não gostam muito de Alexia, uma vez que eles a veem como uma ameaça. Contudo, um dos melhores amigos de nossa protagonista é Lorde Alkedama, um vampiro excêntrico, que adora uma fofoca, por isso sempre está bem informado sobre tudo.

Aventurando-se com Alfas

Um outro personagem muito importante para a história é o Lorde Maccon, Conde de Woolsey, o lobisomem Alfa em comando da alcateia de Londres e também chefe do DAS – Departamento de Assuntos Sobrenaturais. A relação dele com Alexia lembra muito a de Elizabeth Bennet com Mr. Darcy, já que os dois vivem brigando, mas no fundo o leitor sabe que se amam.

Os dois se conhecem há alguns anos, no entanto, o lobisomem não teve uma primeira boa impressão da preternatural por causa de um incidente com um porco-espinho. O caso não é explicado com detalhes no livro, mas deve ter sido muito dolorido para o Lorde Maccon. Depois desse acontecimento, o Alfa ficou com a impressão de que toda vez que acontecia algo suspeito, Alexia estava no meio. Por isso eles se encontravam sempre e aproveitavam esse tempo para se alfinetarem.

No entanto, a relação do lobisomem e da preternatural vai se fortalecendo, e Lorde Maccon é um das primeiras pessoas a reconhecer o valor e a beleza que Alexia Tarabotti possui.

” – Entendo que lhe ensinaram, por um tempo longo demais, que não tinha valor”. Lorde Maccon, p. 187

Protetorado da Sombrinha

Uma sombrinha salvadora

Se você está se perguntando o porquê dessa série se chamar O Protetorado da Sombrinha, então logo vamos explicar. Já no primeiro capítulo do livro nós ficamos sabendo da importância desse acessório tão estimável para Alexia.

A nossa mocinha está num baile entediante e sem comida, por isso decide ir até a biblioteca da casa, já que é o seu lugar favorito para passar o tempo. Ela fica pensando que poderia ficar ali sem ser incomodada. Entretanto, quem aparece para lhe fazer companhia é um vampiro recém-criado e sedento.

Todos os sobrenaturais da região deveriam conhecer Alexia, já que a temiam e, por essa razão, ela era famosa entre eles. No entanto, esse vampiro não a conhecia e, portanto, não sabia o que ela era. Por isso, tentou atacá-la. Mesmo o sanguessuga vendo que suas presas sumiam ao tocá-la, o vampiro não desistiu de mordê-la, o que deixou Alexia ultrajada. Já que nenhum sobrenatural poderia atacar um humano daquele jeito, ele precisa da permissão dela, que não foi concedida.

Dessa forma, Alexia percebe que havia algo de errado com o vampiro e se defende usando sua sombrinha e um palito de madeira que estava prendendo seu cabelo, o que acaba matando o sobrenatural.

“Então, a srta. Tarabotti tateou em busca da sombrinha, procurando-a atabalhoadamente em meio às iguarias esparramadas, torcendo para que não sujassem seu vestido. Encontrou-a e, enquanto se endireitava, fez um amplo movimento circular com ela. Por puro acaso, a pesada ponteira da sombrinha bateu na ponta do palito de madeira, fazendo-o penetrar direto no coração do vampiro”. Carriger, Gail. p. 13

Em seguida, alguns curiosos aparecem na biblioteca e Alexia finge um desmaio para dissimular que acabara de chegar no aposento.

Desvendando o mistério

Então, quem aparece no mesmo lugar que Alexia? Será que você consegue adivinhar? Se você disse Lorde Maccon, acertou! O Alfa, juntamente com seu Beta, Professor Lyall, aparecem na cena para apurar o acontecido. Dessa forma, começa uma investigação do porquê de repente começaram a aparecer vampiros errantes sem conhecimento o suficiente sobre as leis dos sobrenaturais. Além disso, toda vez que aparece algum vampiro novo, um outro some, assim como os lobisomens.

O que já era preocupante, ficou ainda mais, visto que existem poucos sobrenaturais na sociedade, já que nem todo humano pode se tornar vampiro ou lobisomem, pois é preciso ter alma suficiente. Como isso não é possível de mensurar, muitos deles morrem no processo, principalmente as mulheres. Sendo assim, isso se torna um mistério que Alexia precisa investigar.

Conheça o gênero Steampunk

No começo da nossa Resenha de Alma?, mencionamos que a série O Protetorado da sombrinha se encaixa no gênero Steampunk. Caso você ainda não o conheça, saiba também ele se conhece como Vapor Punk ou Tecnavapor (Tecnologia a Vapor).

Portanto, trata-se de uma subcategoria de ficção científica ou novelas especulativas e foi amplamente elogiado no final dos anos 1980 e início dos anos 1990. Antes da história real (ou de um universo com características semelhantes), mas obtida por meio das ciências já disponíveis na época. Por exemplo, computadores de madeira e motores a vapor de aviões. Este estilo geralmente se associa à música punk futurística, por isso tem uma base de fãs semelhante, mas única.

A ficção científica moderna é inspirada em viagens espaciais e contato com alienígenas. No entanto, o estilo steampunk é caracterizado pelo uso de tecnologias mais poderosas, como motores a vapor, madeira, cobre e bronze, e o uso generalizado de engrenagens; é como se fosse antes da era digital.

Em contrapartida, o maquinário usado geralmente é mais avançado do que hoje. Em outras palavras, o steampunk é uma máquina do passado, porém mais avançada. Com a revolução industrial como pano de fundo e os trajes vitorianos como personagens, o gênero steampunk pode ser facilmente explicado e comparado com a literatura que produziu esse fenômeno.

Gail Carriger

Resenha de Alma?: Conheça a autora

Todo mundo sabe que para um livro ser bom não basta apenas a história e os personagens serem bem construídos, mas é preciso também que tenha uma boa escrita. E a nossa querida Gail Carriger tem tudo isso! A escrita dela é muito envolvente e bem detalhada. Por isso, ela consegue fazer com que o leitor imagine exatamente a cena que está sendo descrita.

Além disso, ela consegue misturar ficção e realidade de forma perfeita. Já que ela inclui na história a Rainha Vitória e os sobrenaturais. Portanto, toda esse novo universo que ela criou faz sentido para nós, pois ela também cria leis e regras novas para que todas as espécies possam conviver em sociedade.

Gail Carriger é o pseudônimo de Tofa Borregaard, uma autora de ficção steampunk e uma arqueóloga americana. Nasceu em Bolinas, uma comunidade não incorporada em Marin County, Califórnia. Cursou o ensino médio na Marin Academy. Recebeu seu diploma de graduação do Oberlin College, um mestrado em ciências em materiais arqueológicos na University of Nottingham da Inglaterra em 2000 e um mestrado em antropologia (com foco em arqueologia) na University of California Santa Cruz em 2008. Ela recebeu o prêmio Alex em 2010.

 

Gostou da nossa resenha de Alma? Então, deixe um comentário sobre o que você achou ou nos conte como foi a sua experiência lendo esse livro. Aproveite para ler a nossa resenha de O Duque e Eu.

 

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Vitoria Azevedo

Sou formada em Letras-Espanhol e minha paixão pela leitura vem desde criança. Meus livros favoritos são de fantasia, romance de época e ficção científica. Siga meu instagram literário: @desveloliterario

16 comentários sobre “Resenha de Alma?: Série O Protetorado da Sombrinha

  1. Amei o fato de ser um romance de época com lobisomens, vampiros, fantasmas, pesdoas pretenaturais e sugadora de almas. E lá vai mais um livro pra minha lista ✨

  2. Que post perfeito! Eu não conhecia o gênero, amei descobrir sobre e já quero mais indicações de livros sobre. E quanto ao livro Alma?, Achei genial, me deu muita vontade de ler. Certeza que já tá na listinha agora

    1. Eu sou aficionado por ficção científica e adoro os mundos punks, sobretudo o steam. Curti que esse livro mistura o scifi com fantasia dos seres tão conhecidos por nós e ainda traz um mistério de pano de fundo. Fiquei bem instigado em ler esse 1 livro da série e se curtir (o que acho que vai acontecer) já parto pros próximos.
      IG : jordy.medeiros

  3. Nossa, amei essa história! Realmente daria uma ótima série ou um filme, tomara que seja adaptado para as telas em breve!

    Insta: Clara. Nilufer

  4. Que incrível imersão em um mundo cheio de mistérios e intrigas proporcionada por “Alma?”, o primeiro livro da série O Protetorado da Sombrinha, da talentosa Gail Carriger! A resenha me transportou para a Inglaterra Vitoriana reimaginada, onde convivem seres sobrenaturais como lobisomens, vampiros e fantasmas, integrados à sociedade de forma única.

    A protagonista, Alexia Tarabotti, com sua personalidade forte e marcante, cativou minha atenção desde o início. Sua condição como preternatural, alguém desprovido de alma, adiciona uma camada fascinante à trama, especialmente pela forma como ela interage com outras criaturas sobrenaturais, servindo como um antídoto para elas.

    A dinâmica entre Alexia e Lorde Maccon, o lobisomem Alfa, promete uma narrativa repleta de tensão e romance, lembrando as clássicas histórias de amor envoltas em desentendimentos. E, claro, não podemos esquecer da importância da sombrinha na vida da protagonista, salvando-a de situações perigosas de forma inusitada.

    A ambientação steampunk, com seus elementos de tecnologia a vapor e engrenagens, adiciona um toque único à história. Gail Carriger, com sua escrita envolvente e detalhada, consegue mesclar ficção e realidade de maneira brilhante, criando um universo coeso e fascinante.

    Mal posso esperar para mergulhar nesse enredo cheio de mistérios, intrigas e personagens cativantes. A resenha despertou minha curiosidade, e tenho certeza de que “Alma?” será uma leitura inesquecível. E que venham mais descobertas e reviravoltas nesse intrigante Protetorado da Sombrinha! ✨📚 #Alma #GailCarriger #Steampunk #ProtetoradoDaSombrinha #LeituraImperdível #EscolaEducacao.org

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