Resumo do livro Éramos Seis ─ Contexto histórico, Conflito e Questões
O resumo do livro Éramos Seis nos ajuda a refletir sobre a família e o sentido da vida. Neste post do Escritora de Sucesso, você vai conhecer a história do livro “Éramos Seis”, entender o contexto histórico em que a obra se passa e como isso está relacionado com a vida da família Lemos e de sua protagonista: Dona Lola.
Publicado em 1943 na Série Vaga-Lume, coleção de livros voltados para o público infanto-juvenil, a narrativa conta a história da família Lemos, a qual viveu em São Paulo entre os anos de 1914 e 1942. Com linguagem simples, a autora Maria José Dupré emociona com as situações do cotidiano e gera identificação com os leitores, já que fala, antes de tudo, sobre pertencer à uma família.
Qual é o resumo do livro Éramos Seis?
Sinopse: Este romance se passa na capital paulista, entre as décadas de 1910 e 1940. Nele, a saudosa D. Lola relata o dia a dia vivido ao lado do marido e de seus quatro filhos. Aos poucos, o leitor se vê envolvido pelas alegrias, dramas e adversidades da família Lemos e faz uma viagem pela São Paulo do início do século XX, marcada pelas revoluções de 1924 e 1932.
A narrativa começa de maneira cinematográfica: Dona Lola está em frente à sua antiga casa na Rua Angélica, centro de São Paulo, e em meio à contemplação começa a relembrar as experiências vividas com sua família naquele lugar que já foi seu lar.
O ato de contemplação de Dona Lola demonstra a melancolia e saudosismo presentes em toda a narrativa e, obviamente, no olhar da protagonista sobre a sua vida e a trajetória de sua família. Com as memórias evocadas, a história começa com a mudança da família para a casa na Rua Angélica.
A casa é o local onde conhecemos os personagens, bem como é um símbolo da batalha da família por uma vida mais confortável. Como uma família humilde, eles ousam morar em uma área nobre na cidade. Dessa forma, Lola e Júlio, seu marido, precisam trabalhar muito para pagar as prestações anuais e caras da casa para que tenham um lar para a família.
Além da responsabilidade com a moradia, Dona Lola precisa cuidar do marido e de seus quatro filhos: Carlos, Alfredo, Julinho e Isabel. Eles surgem nas memórias da protagonista como crianças que correm pela casa aos sábados de manhã.
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Qual é o conflito da história Éramos Seis?
A vida da família Lemos muda repentinamente com a morte do pai e provedor Júlio, o que morre jovem devido a uma úlcera estomacal e prestes a pagar a última prestação da casa. Nesse momento, os quatro filhos são jovens e adultos e começam a traçar seus próprios caminhos. Sendo assim, percebemos que a morte de Júlio interfere na união da família e, principalmente, em sua sobrevivência.
Dona Lola e o trabalho feminino
Por necessidade, Dona Lola começa a fazer comidas e doces para complementar a renda. É interessante perceber como ela nunca deixou de trabalhar: antes de preparar comida para vender, ela trabalhava como costureira. Além disso, percebemos a importância do trabalho feminino – o qual costuma ser inferiorizado na sociedade da época e, ainda assim, acaba sustentando a família.
Carlos, o filho mais velho, desiste de cursar a Faculdade de Medicina para ajudar a mãe com as despesas da casa. Com isso, o personagem demonstra o seu caráter solidário e responsável, desistindo de um sonho alcançado a pouco tempo. Além disso, aprofunda os seus laços com a mãe a partir desta decisão.
Alfredo é um jovem de personalidade forte que acaba se identificando com o comunismo e começa a participar de reuniões sobre o tema. Essa atitude não é bem vista na época e sua mãe fica preocupada com ele, mesmo sem entender o que é o comunismo. Em meio ao seu envolvimento com esta ideologia política, ele entra em uma briga e precisa deixar o país, abandonando a sua família.
Julinho assume o trabalho do pai após a sua morte e acaba sendo promovido, indo morar no Rio de Janeiro e constituindo sua própria família. Dessa forma, ele se afasta da família e conquista as suas aspirações financeiras.
Isabel, a única filha de Lola, tem uma postura semelhante à de Alfredo. Ela tem um espírito livre, o qual acaba sendo contido porque ela é uma mulher no início do século XX. Entretanto, ela se apaixona por um homem divorciado e foge com ele, devido a críticas da família e da sociedade. Dessa forma, ela também perde os laços com a família e surge uma mágoa entre ela e a mãe.
Como termina o livro Éramos Seis?
Com a partida de seus três filhos e seu marido, Lola e Carlos são os únicos da família que ficam na casa. Por conta do companheirismo, eles acabam construindo um laço muito forte. Entretanto, Carlos morre antes da mãe.
Carlos morre de úlcera estomacal, a mesma doença que levou o seu pai à morte. Com isso, Lola vai morar em uma pensão religiosa enquanto espera a chegada de sua morte.
No final do livro Éramos Seis, Lola reflete sobre as mudanças na trajetória de sua família a partir dos doces enviados por sua irmã Clotilde no dia de seu aniversário. Antigamente, a irmã enviava seis caixas de figos cristalizados, seis latas de goiabada em calda, seis tijolos de pessegada. Neste último aniversário, ela enviou apenas uma caixa de figos, uma lata de goiabada e um tijolo de pessegada.
Éramos Seis: Quem adaptou para TV?
A história narrada por Dona Lola foi adaptada para cinco telenovelas: em 1958 na TV Record, em 1967 e 1977 na TV Tupi, em 1994 na TV SBT e em 2019 na Rede Globo.
Silvio de Abreu adaptou o romance para a TV em 1977, o qual foi revisitado em 1994 e em 2019 pelo SBT e a Rede Globo, respectivamente. Nesta adaptação, o autor de telenovela acrescentou a continuação de “Éramos Seis”, Dona Lola, como uma referência para a novela.
Dona Lola é uma continuação de “Éramos Seis” que fala sobre o que aconteceu na vida dos personagens após 1943.
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