Figuras de Linguagem: Exemplos, Resumo, O que é

As figuras de linguagem são recursos que tornam a comunicação mais rica e expressiva, indo além do sentido literal das palavras.

Elas são utilizadas tanto na fala quanto na escrita para transmitir ideias de forma mais vívida e impactante. Por meio dessas figuras, é possível criar imagens, sensações e emoções que enriquecem o texto, tornando-o mais interessante e cativante para o leitor ou ouvinte. O Escritora de Sucesso traz mais informações, a seguir.

Resumo de Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são recursos utilizados na comunicação verbal para conferir maior expressividade, beleza e impacto aos discursos, sejam eles escritos ou falados. Elas permitem que o emissor transmita suas ideias de forma mais vívida e envolvente, indo além do sentido literal das palavras. Por meio dessas figuras, é possível criar imagens sensoriais, despertar emoções, sugerir ideias abstratas e até mesmo transmitir mensagens de forma mais persuasiva.

Existem diversas categorias de figuras de linguagem, cada uma com suas características e formas de uso específicas. Entre as mais comuns, destacam-se as figuras de som.

Essas exploram sonoridades e ritmos na linguagem, como aliteração, assonância e onomatopeia; as figuras de pensamento, que englobam recursos como a metáfora, a comparação (ou símile) e a metonímia, utilizadas para expressar ideias de forma mais simbólica e sugestiva; e as figuras de construção, que incluem a anáfora, a elipse, a inversão, entre outras, que alteram a estrutura gramatical da frase para enfatizar determinadas ideias ou criar efeitos estilísticos.

Além disso, as figuras de linguagem desempenham um papel fundamental na literatura, na poesia, na publicidade, na retórica e em diversos outros campos da comunicação. Elas são ferramentas poderosas que permitem ao emissor conectar-se de forma mais eficaz com o receptor, criando uma experiência de leitura ou audição mais envolvente e memorável.

Figuras de Linguagem Metáfora

A metáfora é uma figura de linguagem que consiste na atribuição de um sentido figurado a uma palavra ou expressão, fazendo uma comparação implícita entre dois elementos diferentes, mas que possuem alguma semelhança. Essa semelhança permite que o significado da palavra ou expressão seja ampliado ou enriquecido, criando uma imagem mais vívida na mente do leitor ou ouvinte.

Um exemplo clássico de metáfora pode ser encontrado no poema Ode Marítima, de Álvaro de Campos (um dos heterônimos de Fernando Pessoa). Neste poema, o mar é utilizado como uma metáfora para representar a vastidão da vida e a complexidade das emoções humanas. Veja um trecho:

“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!”

Neste poema, o mar não é apenas uma extensão de água, mas sim um símbolo de emoções profundas e experiências humanas universais.

A metáfora aqui empregada permite que o leitor perceba o mar como algo mais do que sua simples natureza física, tornando-o um elemento simbólico que evoca sentimentos de saudade, perda e identidade nacional.

Comparação

A comparação é uma figura de linguagem que consiste em estabelecer uma relação explícita de semelhança entre dois elementos diferentes, utilizando termos comparativos como como, tal qual, assim como, entre outros. Essa figura permite ao autor enriquecer a descrição de algo, tornando-a mais vívida e expressiva ao destacar características compartilhadas entre os elementos comparados.

Um exemplo notável de comparação pode ser encontrado no poema Soneto de Fidelidade, de Vinicius de Moraes:

“Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.”

Neste trecho, o poeta compara o seu amor à amada com certas coisas obscuras, destacando a intensidade e a profundidade desse sentimento.

A comparação sugere que o amor transcende a simplicidade das flores ou a beleza óbvia dos materiais preciosos, e se manifesta de forma misteriosa e profunda, presente nas sombras da existência e na essência da alma.

Eufemismo

O eufemismo é uma figura de linguagem que consiste em suavizar ou amenizar uma expressão, substituindo-a por outra mais amena, agradável ou menos direta, com o objetivo de tornar o discurso mais polido, delicado ou aceitável. Geralmente, o eufemismo é utilizado em situações em que se deseja evitar o uso de palavras que possam ser consideradas grosseiras, ofensivas, desagradáveis ou demasiadamente diretas.

Um exemplo clássico de eufemismo pode ser encontrado no poema A Morte do Leiteiro, de Carlos Drummond de Andrade. Neste poema, Drummond utiliza o eufemismo para suavizar a ideia da morte e torná-la mais palatável:

“José, vá tomar banho, vá se deitar,
Vá tomar a injeção, José!
José, e o leiteiro leva
A garrafa de leite, e o dia nasceu, tão belo, tão novo.”

Neste trecho, o autor emprega o eufemismo ao utilizar expressões como vá se deitar e vá tomar a injeção para se referir à morte do leiteiro.

Ao invés de mencionar diretamente a morte, Drummond utiliza essas expressões mais suaves para abordar o tema de forma menos chocante ou perturbadora.

Figura de Linguagem Pleonasmo

O pleonasmo é uma figura de linguagem que consiste na repetição desnecessária de palavras ou ideias que já estão contidas no contexto, sendo redundantes do ponto de vista gramatical.

Apesar de parecer um erro gramatical, o pleonasmo é utilizado com propósito estilístico para enfatizar uma ideia, tornar o discurso mais expressivo ou reforçar uma característica.

A frase Me sorri um sorriso pontual, retirada da música Cotidiano de Chico Buarque, contém um exemplo de pleonasmo. Isso porque a palavra “sorriso” já implica uma expressão facial alegre ou amigável. Ao acrescentar um sorriso, cria-se uma redundância, pois o termo já está implícito no próprio sorriso. No entanto, essa repetição é utilizada poeticamente para enfatizar a imagem do sorriso que é mencionado na letra, conferindo-lhe uma ênfase e uma musicalidade específica ao verso.

Metonímia

A metonímia é uma figura de linguagem que consiste em substituir uma palavra por outra com a qual ela mantém uma relação de proximidade ou associação. Essa substituição é feita com base em uma relação de contiguidade, causa e efeito, parte pelo todo, entre outros tipos de conexão semântica.

Um exemplo clássico de metonímia pode ser encontrado no poema Isso de Carlos Drummond de Andrade:

“Eu, etiqueta, vos declaro
que a partir deste instante
vais sempre ficar colada
ao meu corpo”

Neste trecho, a palavra etiqueta é utilizada como uma metonímia para representar a ideia de identidade social, etiquetagem ou rotulação das pessoas.

A etiqueta, neste caso, simboliza as classificações, estereótipos e padrões que são atribuídos às pessoas na sociedade. Portanto, a metonímia permite que o poeta transmita uma crítica social sobre a forma como as pessoas são rotuladas e definidas pelos outros.