Biografia de Tarsila do Amaral: Saiba mais sobre sua história

Biografia de Tarsila do Amaral: Saiba mais sobre sua história

Neste artigo informaremos a biografia de Tarsila do Amaral, que foi uma artista brasileira de grande importância para o movimento modernismo. Já que além de pintora, também foi desenhista e tradutora.

Além disso, junto com Anita Malfatti, ela é reconhecida como uma das pintoras mais importantes da primeira etapa do modernismo.

Por outro lado, Tarsila, junto dos autores Oswald de Andrade e Raul Bopp, lançou um movimento chamado “Antropofagia“.

Biografia de Tarsila do Amaral: Vida e Obra

Tarsila de Aguiar do Amaral nasceu na cidade de Capivari, no estado de São Paulo, dia 1º de setembro de 1886.
Ela é filha de uma família rica e viveu desde a infância até adolescência no seu município de nascimento com sua família.

A família herdou a quinta do avô, José Estanislau do Amaral, que era conhecido como “milionário”.
Viveu em São Paulo, onde estudou em Colégio de Freiras e no Colégio Sion. Em seguida, ela se mudou para Barcelona para terminar seus estudos.

Tarsila tinha somente dezesseis anos quando criou sua primeira pintura. Quando volta ao Brasil, se casa com André Teixeira Pinto e os dois tiveram uma filha chamada Dulce.

No entanto, no ano de 1920, ela se divorciou dele, porque ele não apoiava sua carreira artística, preferindo que ela fosse dona de casa. Em seguida, foi para Paris estudar arte na escola de pintura e escultura da Academia Julian.

Semana da Arte Moderna

Já em 1922, no ano da Semana de Arte Moderna, Tarsila participou no “Salão Oficial dos Artistas Franceses”. Ao voltar para a China, conheceu o autor Oswald de Andrade, e com ele estabelece uma relação que aconteceu de 1926 até 1930.

No ano de 1929, Tarsila do Amaral realiza sua primeira exposição sozinha no Brasil. Em 1931, foi para a União Soviética e realizou uma exposição em Moscou. Então, no ano de 1935 se tornou colunista e ilustradora.

Junto com Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Mário de Andrade e Menotti del Picchia, criaram o Grupo dos Cinco.

Dessa forma, esta aliança de artistas tem como objetivo mudar a história, a cultura e o estilo artístico do Brasil e trazer a influência da vanguarda europeia para a cultura brasileira.

Em 1950, suas pinturas cênicas “Neo Pau-Brasil” foram expostas no Museu de Arte Moderna (MAM / SP) de São Paulo. Em 1954, para comemorar os quatrocentos anos de São Paulo, produz a tela Procissão do Santíssimo.

No ano de 1934 até 1951, Tarsila teve uma relação amorosa com o autor Luís Martins. No ano de 1965, ela se submeteu a um processo cirúrgico na coluna, mas em razão de um erro médico, ela ficou paralisada.

Em 1966, sua filha Dulce sofreu um ataque de diabetes e acabou falecendo. Tarsila tinha 86 anos e morreu na cidade de São Paulo no dia 17 de janeiro de 1973.

Abaporu

Movimento Antropofágico

O movimento antropofágico é um conceito proposto pelos modernistas e é considerado um dos movimentos mais radicais desse período.

Para se livrar dos temas cobertos pela arte da Europa, os artistas do modernismo empenharam-se em originar uma estética típica brasileira. Dessa forma, eles usaram conceitos metafóricos, nomeadamente o ato de engolir e comer culturas estrangeiras e refletir sobre a nova cultura.

Sendo assim, a antropologia inspira-se na pintura Abaporu de Tarsila, que quer dizer “homem que come gente” em tupi. Além disso, esse quadro serviu de inspiração para autor Oswald de Andrade criar a obra Manifesto Antropófago em 1928.

Nesse sentido, sobre a figura do Abaporu, Tarsila acrescentou que este personagem primitivo e aterrorizante se originou de um sonho.

De acordo com a descrição de Tarsila do trabalho, havia um gigante solitário com pés enormes sentado na planície verde, com os braços dobrados apoiados em um joelho, as mãos apoiando a pequena cabeça. Na frente, o cacto explodindo em uma grande flor.

A obra “Abaporu” foi vendida ao argentino Eduardo Costantini em 1995 por 1 milhão e 500 mil dólares americanos.
Exposições de Tarsila

A artista expôs seus trabalhos na 1ª e 2ª Bienais de São Paulo em 1951 e 1953.

Posteriormente, em 1963, foi tema de sala especial da Bienal de São Paulo e, em 1964, expôs seus trabalhos na 32ª Bienal de Veneza. Além disso, de acordo com a artista ela inventava tudo na pintura. E o que ela via ou sentia, estilizava.

Obras de Tarsila do Amaral
Créditos: Grafitti Artes

Obras e característica de arte de Tarsila

Sendo assim, a artista criou mais de duzentas telas, separadas divididas em várias etapas:

Etapa Pau Brasil: marcado por cores fortes e tema nacional. Dessa forma, uma das obras dessa época se chama Batizado de Macunaíma (1956), já que é possível ver símbolos da cultura brasileira, como florestas brasileiras, índios e batizados.

Etapa antropofágica: inspirada na vanguarda europeia, surrealista e cubista, especialmente o conceito de humanização. Sendo assim, durante esse período de atividade, a pintora ainda usava cores fortes. No entanto, o elemento sonho se destaca e tem uma influência surrealista óbvia. Portanto, a principal obra dessa época é Abaporu (1928).

Etapa da pintura social: foi uma época em que os artistas demonstraram preocupação com as questões sociais no Brasil. Já que esse interesse foi atribuído à viagem dela à União Soviética em 1931. Portanto, de volta ao Brasil, a pintora esteve na reunião do Partido Comunista do Brasil (PCB) e por essa razão ficou presa por um mês. Sendo assim, a obra principal desta fase: Operários (1933).

Obras de Tarsila do Amaral

Em seguida, saiba quais são as principais obras desta grande artista brasileira:

  • Retrato de Oswald de Andrade (1922);
  • As margaridas de Mário de Andrade (1922);
  • Retrato de Mário de Andrade (1922);
  • O autorretrato (1923);
  • A negra (1923);
  • Caipirinha (1923);
  • São Paulo (1924);
  • Morro da favela (1924);
  • Carnaval em Madureira (1924);
  • O mamoeiro (1925);
  • Urutu (1928);
  • Abaporu (1928);
  • A Lua (1928);
  • Antropofagia (1929);
  • Floresta (1929);
  • Operários (1933);
  • Orfanato (1935-1949);
  • Costureiras (1936-1950);
  • Bandeira do divino (1939-1968);
  • Batizado de Macunaíma (1956).

Representações na cultura

Além disso, Tarsila do Amaral foi representada no cinema e na TV, interpretada por Esther Góes nos filmes Eternamente Pagu de 1987 e por Eliane Giardini nas minisséries Um Só Coração de 2004 e JK de 2006.

A artista é também tema do drama “Tarsila” de Maria Adelaide Amaral, que foi realizado em 2001 e 2002. A peça foi encenada em 2003 e convertida em livro no ano seguinte.

Tarsila do Amaral recebeu a homenagem da União Astronômica Internacional, que batizou a cratera de Mercúrio de “Amaral” em 2008.

Vitoria Azevedo

Sou formada em Letras-Espanhol e minha paixão pela leitura vem desde criança. Meus livros favoritos são de fantasia, romance de época e ficção científica. Siga meu instagram literário: @desveloliterario

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