Resumo da obra Macunaíma ─ Mário de Andrade, Por Capítulo
O resumo da obra Macunaíma exalta esta metáfora surrealista do povo brasileiro com um anti-herói engraçado e marcante em nossa literatura. Neste post do Escritora de Sucesso, você vai conhecer a história de “Macunaíma”, descobrir qual é o significado da frase mais famosa do livro e compreender o que Macunaíma simboliza.
Resumo da obra Macunaíma
Mário de Andrade escreve a história de um anti-herói chamado Macunaíma com base em seus estudos sobre a cultura brasileira. Por conta disso, podemos perceber que a obra é construída por uma colagem de diversos mitos e lendas da cultura nacional. Além disso, ele apresenta um herói sem caráter como uma metáfora para o povo brasileiro, o qual é tão miscigenado que não pode possuir um caráter, uma característica.
O que retrata a obra de Macunaíma?
Sinopse: Macunaíma é um título consagrado da Literatura Brasileira e ícone do Modernismo do século XX. Escrito em pouquíssimos dias por seu autor, Mário de Andrade, o livro conta a história do famoso “herói sem caráter” que nasceu na floresta e percorre o país atrás de seu amuleto, a muiraquitã. Conduzidos por uma narrativa repleta de oralidade, o autor nos revela as mil e uma peripécias do protagonista num Brasil mitológico e folclórico.
Macunaíma nasce na Amazônia como um índio negro, mais precisamente na tribo dos Tapanhumas à margem do rio Uraricoera. Ele é um herói sem nenhum caráter, demonstrando um caráter preguiçoso e mentiroso. Ele demora seis anos para falar a primeira frase, sendo a mais famosa de Macunaíma: “ai, que preguiça!”.
A preguiça do protagonista se estende ao trabalho e ao estudo, já que ele sempre se envolve sexualmente com as mulheres de sua tribo – as cunhatãs. Tendo relações sexuais com a esposa de seu irmão, Sofará.
Em muitos momentos da trama, ele se passa por metamorfoses: ao passar por uma fonte mágica, ele muda a cor da pele e fica branco. Sendo esta uma metáfora do autor para falar sobre como a sociedade brasileira é oriunda da população indígena, mas deseja se tornar como a população europeia. Além disso, ele fuma um cachimbo e torna-se um homem adulto.
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Macunaíma ganha o muiraquitã
Com a forma de adulto, Macunaíma vai brincar com a mãe do mato Ci. Esta é a primeira vez que um mortal consegue transar com ela, o que leva ao nascimento de um filho. Infelizmente, o filho do casal acaba morrendo na infância. Ci fica tão triste que se transforma em uma estrela, mas antes da transformação entrega um muiraquitã para Macunaíma.
O muiraquitã é roubado pelo monstro Capei. Com isso, o amuleto vai parar nas mãos de Venceslau Pietro Pietra na cidade de São Paulo. Percebendo o infortúnio, o índio segue em uma expedição em busca do seu talismã, junto aos irmãos Maanape e Jiguê.
Os irmãos seguem para São Paulo. No caminho, eles passam por uma fonte mágica. Macunaíma é o primeiro a passar pela fonte e fica branco. Com a força de água mais fraca na fonte, Maanape fica amarelo e Jiguê fica negro – molhando apenas as palmas das mãos e a planta dos pés.
A expedição de Macunaíma
Chegando a São Paulo, Macunaíma tenta recuperar o talismã ao fantasiar-se de francesa – mas não consegue. O protagonista acaba fugindo por todo o território nacional do gigante comedor de gente Venceslau Pietro Pietra.
Posteriormente, o protagonista vai para o Rio de Janeiro e participa de uma sessão de macumba. Em seguida, ele segue o seu caminho a deusa-sol Vei – a qual deseja que ele se case com uma de suas três filhas. Macunaíma promete casar-se, mas acaba fugindo.
Com isso, ele segue seu caminho e encontra outro monstro: Maniquê-Teibê. O monstro tenta devorá-lo, mas ele foge e deixa que sua acompanhante – uma moça portuguesa – seja devorada. Livre do monstro, mas sem nenhum dinheiro no bolso, ele envia uma carta para as Icamiabas – as guerreiras amazonas – pedindo dinheiro. Eles enviam o dinheiro e o protagonista segue a sua expedição.
Em determinado momento, ele torna-se um pato e corre em Manaus, chegando até a Argentina – em Mendoza. Depois de muitas aventuras, ele encontra o gigante que está com seu muiraquitã. O índio mata o gigante e recupera seu muiraquitã. Ele retorna à sua tribo e todos abandonam o índio, pois foram enganados por ele. Apenas um papagaio fica ao lado dele e ouve todas as suas histórias.
Qual é o final do livro “Macunaíma”?
O herói vai ao lado e ouve o canto da sereia Uiara. Ele é enganado pelo canto dela e será devorado por Uiara. Mas, este personagem não é um personagem humano, ele é uma fantasia. Sendo assim, ele consegue sobreviver ao ataque da sereia e envenena as águas do rio e abre as barrigas dos peixes que comeram os seus membros.
Entretanto, o protagonista não consegue recuperar aquilo que foi devorado pelo monstro Ururau: sua perna e o muiraquitã. Com isso, ele se metamorfoseia na constelação da Ursa Maior.
O quê Macunaíma pode simbolizar?
A criação do “herói sem caráter nenhum” como o protagonista da história é uma forma de representar o típico homem brasileiro, o qual é preguiçoso, esperto, mulherengo e malandro na visão do escritor Mário de Andrade.
As metamorfoses que o protagonista passa são oriundas de lendas e mitos da cultura brasileira, os quais foram pesquisados pelo autor. Por isso, muitas pessoas consideram a obra como uma antologia do folclore brasileiro. Como podemos perceber no seguinte trecho da obra:
“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia, tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma”.
A miscigenação do povo brasileiro também é um tema importante na história. Ela é representada pela transformação dos irmãos Macunaíma, Maanape e Jiguê – os quais são metamorfoseados após um banho em uma fonte mágica. Com esta transformação, podemos interpretar que o povo brasileiro é originário dos povos indígenas, mas não respeita a sua origem e deseja parecer com o outro, os colonizadores europeus.
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