Resumo do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos

Resumo do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos

Neste artigo iremos mencionar um breve resumo do livro Vidas Secas, de Graciliano.

Resumo do livro Vidas Secas: Conheça a história

Em “Vidas Secas”, Graciliano Ramos escolhe o sertão nordestino para retratar as dificuldades da região. Na história temos uma família de retirante que tenta ter uma vida melhor ao mesmo tempo em que fogem da seca e miséria. De tempos em tempos precisam imigrar para outras partes do sertão onde a seca não atingiu.

O livro divide-se em 13 capítulos sem seguir uma linearidade. Portanto, pode ser lido sem seguir nenhuma sequência, porém aconselha-se ler o primeiro capítulo e em seguida o último, por terem uma ligação.

Personagens

Conhecemos então Fabiano, Sinhá Vitória e seus dois filhos, cujos nomes nunca se mencionam, sendo identificados apenas por “menino mais velho” e “menino mais novo”. Eles caminham junto da cadela Baleia, tratada no livro mais como uma pessoa do que animal. Em certo momento avistam uma fazenda e por lá se instalam. O dono aparece logo após chover no sertão dando fim a seca. Assim, ele contrata Fabiano para ser vaqueiro da fazenda.

Fabiano, um homem rude, analfabeto e silencioso, se considera, às vezes, um animal e admira aquelas pessoas que tem o dom das palavras. Quando passa a trabalhar na fazenda, ele acaba sofrendo com exploração de seu senhorio, mas nunca reclamando daquilo. No dia que finalmente ele se opõe à situação, é demitido, mas pede desculpas e acaba mantendo seu emprego.

O dono da fazenda tinha um armazém no qual vendia alimentos para a família, mas agia de má fé, tirando vantagem do pouco conhecimento de Fabiano, cobrava preços abusivos e eram sempre anotados em um caderno. Dessa forma parecida que nunca a diminuir os números, sempre aumentar.

Sua esposa, Sinhá Vitória, cuidava dos filhos e algumas vezes ajudava o marido em seu trabalho. Era uma mulher esperta e sempre alertava o marido do quanto às pessoas tiravam vantagens dele. Seu sonho era ter uma cama com fita de couro.

Um dia, quando Fabiano sai para comprar mantimentos em outro lugar na cidade vizinha, um soldado o convida para jogar baralho. Esse porém, ao perder, passa a insultar Fabiano que escuta silenciosamente, até que uma hora ao confrontar o soldado, é preso. Na prisão, ele passa a refletir sobre sua vida.

Parte mais emocionante e memorável do livro

Em um dos trechos, talvez o mais tocante do livro, dependendo da perspectiva do leitor, é quando Fabiano sacrifica a cadela Baleia por achar que ela está doente ao ver seu estado. A cadela tem visão de um paraíso e em seguida morre.

Assim, um dia, ao perceber que o estado de miséria começa a atingir os animais, Fabiano decide que novamente a família precisa partir para outro lugar onde, talvez, ele e Sinhá Vitória poderiam dar um futuro melhor aos filhos.

Vidas Secas
Créditos: Jornal da USP

Um pouco mais sobre a obra

Narrado em terceira pessoa, o livro é escrito em tempo psicológico, e de uma forma crítica onde aponta a injustiças sociais e econômicas de uma região.

Uma das características dessa obra é a utilização de discurso indireto livre, isso é uma técnica que se usa para mostrar a falar ou pensamento do personagem que se insere conforme a narração. Portanto, se o leitor não estiver atento à leitura, não percebe que certa fala é do personagem.

“Vidas Secas” faz parte do “romance dos 30” que faz parte da segunda fase do modernismo brasileiro (1930-1945). Livros publicados durante essa época se chamam de romances regionalistas, que são livros que abordam aspectos de alguma região, linguagem coloquial, como no livro, a seca no nordeste.

“Vida Secas” é um dos livros que mais se indicam para a leitura na hora do vestibular, principalmente da Fuvest. Por isso, aconselha-se a leitura do livro.

Tempo psicológico

Ao utilizar tempo psicológico no livro, Graciliano não foca nas ações dos personagens, mas sim em seus pensamentos, reflexões, sentimentos e lembranças. É uma forma individual que mostra que cada personagem sente o tempo passar de uma forma diferente, chamado de “tempo interno”. Usando-se disso, o autor tem a oportunidade de fazer uma narrativa onde pode explorar tanto os personagens quanto a história, sabendo que nossos pensamentos sofrem alterações e sempre oscilam entre passado e futuro. Assim ele pode criar uma história focada no interior do personagem indo a sentido oposto do tempo cronológico.

Por exemplo, você já sentiu como se o dia fosse mais curto? Ou que você esperou por horas quando na verdade foram somente 10 minutos? Isso é um tempo psicológico, é que te faz sentir sensações como passou rápido ou demorou, sendo que o tempo real é o mesmo.

Tempo psicológico em livros pode-se identificar quando um personagem relembra sua infância ou algum acontecimento com ele.

Graciliano Ramos
Créditos: Veja

Sobre o autor

Graciliano Ramos foi, e ainda é, dos maiores escritores da nossa literatura. Era cronista, jornalista, romancista e político. Nasceu no dia 27 de outubro de 1892, em Quebrângulo, sertão de Alagoas.

Passou parte da infância migrando por diversas regiões do nordeste, até terminar o colegial em Maceió e seguir para o Rio de Janeiro, onde começou a sua carreira como jornalista.

Em 1915 retornou para nordeste depois da morte de seus irmãos e passa a viver a vida por lá. Casou-se e teve 4 filhos com a primeira esposa, Maria, que faleceu em 1920.

Foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios em 1927, mas renunciou em 1930. Casou-se novamente em 1928 com Heloísa e tiveram 4 filhos.

Em 1933 publicou seu primeiro romance “Caetés”. No ano seguinte, 1934, publicou seu segundo romance “São Bernardo”.

Sua vida política

Foi preso em 1936 sendo acusado injustamente de militância comunista. Enviaram-no para Recife e em seguida para Rio de Janeiro de barco. Naquela época, o Brasil tinha como presidente Getúlio Vargas e durante seu mandado, caçavam-se as pessoas que eram a favor do comunismo, o que levou muitos famosos da época a serem presos. Mesmo na prisão, seu livro “Angústia” é lançado no mesmo ano. Teve sua liberdade de volta em 1937.

Sua obra mais famosa “Vidas Secas” publicou-se em 1938, após sua saída da prisão, sendo seu quarto romance. O romance ganhou adaptação ao cinema em 1963.

Em 1945 começou a fazer parte do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Além disso, suas viagens retrataram-se em “Viagem”, um livro que teve publicação após sua morte em 1954.

Publicou em 1945 “Infância” sua autobiografia que narra a infância do autor até a fase de puberdade. Sua última obra publicada em vida foi “Insônia” em 1947.

Em 1952 o autor acaba adoecendo e precisando de internação. Graciliano faleceu em 1953, vitima de câncer no pulmão.

 

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Vitoria Azevedo

Sou formada em Letras-Espanhol e minha paixão pela leitura vem desde criança. Meus livros favoritos são de fantasia, romance de época e ficção científica. Siga meu instagram literário: @desveloliterario

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