Repertórios Enem para fazer uma redação nota 1000

Os repertórios Enem não apenas enriquecem o texto, mas também demonstram ao corretor que o candidato domina diferentes áreas do conhecimento e sabe dialogar com a proposta.

E a cada ano, milhares de estudantes se preparam para enfrentar o Enem. A redação, por conseguinte, continua sendo uma das partes mais temidas da prova. O segredo para alcançar a tão sonhada nota 1000 está, em grande parte, na capacidade de articular argumentos sólidos e apresentar referências consistentes.

O que são repertórios Enem?

No contexto do Enem, repertório é qualquer conhecimento extra que pode ser utilizado de forma pertinente e produtiva para fortalecer a argumentação da redação. Isso inclui referências históricas, culturais, artísticas, científicas, filosóficas e até acontecimentos recentes que se relacionem com o tema proposto.

Mas não basta citar nomes famosos ou frases de efeito: o repertório precisa ser pertinente ao tema e produtivo no desenvolvimento do texto. Isso significa que ele deve ajudar a explicar ou fundamentar o argumento, em vez de aparecer como uma citação solta.

Por que os repertórios Enem são importantes?

O uso adequado de repertórios demonstra ao corretor que o estudante é capaz de estabelecer relações entre o tema da redação e diferentes campos do saber. Além disso:

  • Enriquece a argumentação: evita que o texto fique raso.
  • Mostra domínio sociocultural: prova que o candidato acompanha debates da sociedade.
  • Dá credibilidade à redação: referências bem aplicadas tornam o texto mais convincente.
  • Pode garantir nota máxima na competência 2: que avalia justamente a capacidade de desenvolver o tema com repertório sociocultural produtivo.

Tipos de repertórios que funcionam bem no Enem

Literatura e artes

Citações literárias, filmes e músicas podem ser aliados. Por exemplo, usar “O Primo Basílio” de Eça de Queirós para discutir a condição feminina ou mencionar a música “Geni e o Zepelim” de Chico Buarque em temas sobre preconceito social.

Filosofia e sociologia

Pensadores como Aristóteles, Rousseau, Marx, Foucault e Bauman trazem conceitos que podem ser aplicados em vários temas. Por exemplo, usar o conceito de “modernidade líquida” de Bauman em uma redação sobre relações digitais.

História e atualidades

Eventos históricos são repertórios valiosos. A Revolução Industrial pode aparecer em um texto sobre tecnologia, enquanto a Declaração Universal dos Direitos Humanos pode embasar discussões sobre justiça social.

Ciência e tecnologia

Avanços científicos e pesquisas atuais também são repertórios poderosos. Citar estudos sobre inteligência artificial, mudanças climáticas ou desigualdades no acesso à saúde torna a redação atual e fundamentada.

Legislação e documentos oficiais

A Constituição Federal de 1988 e tratados internacionais são ótimos repertórios, especialmente em temas sobre cidadania, democracia e direitos fundamentais.

Exemplos de repertórios que já funcionaram bem

  • 2019 – Democratização do acesso ao cinema no Brasil
    Citar a Lei Rouanet ou os dados da Ancine sobre a concentração de salas de cinema no Sudeste poderia reforçar a argumentação.
  • 2018 – Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet
    Referências ao livro “1984” de George Orwell ou a escândalos como o da Cambridge Analytica enriqueceriam a redação.
  • 2017 – Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil
    A Constituição e a Lei de Libras (2002) eram repertórios perfeitos para esse tema.

Como escolher bons repertórios?

1# Estude temas frequentes: cidadania, tecnologia, meio ambiente, educação e saúde são áreas recorrentes.
2# Construa um repertório pessoal: selecione obras, autores e exemplos que você gosta e se aprofunde neles.
3# Aprenda a adaptar: um mesmo repertório pode ser usado em vários temas, desde que com pertinência.
4# Treine redações: escreva simulando o uso de diferentes referências até encontrar a forma mais natural de encaixá-las.
5# Atualize-se: acompanhe notícias e debates sociais, pois referências recentes impressionam na hora da prova.

Repertórios coringas para o Enem

Alguns repertórios são tão versáteis que podem ser aplicados em diversas propostas:

  • George Orwell – 1984: manipulação, vigilância e perda de privacidade.
  • Zygmunt Bauman – modernidade líquida: relações frágeis e sociedade de consumo.
  • Constituição Federal de 1988: cidadania e direitos fundamentais.
  • Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948): dignidade e igualdade.
  • Platão – mito da caverna: alienação e busca pela verdade.
  • Chico Buarque – músicas sobre questões sociais: desigualdade, preconceito e exclusão.
  • Revolução Industrial: tecnologia, trabalho e impacto social.

Como usar repertórios sem exagerar

Um erro comum é tentar encher a redação de referências. Isso pode deixar o texto artificial. O ideal, portanto, compreende fazer uso de dois ou três repertórios bem trabalhados, integrados ao desenvolvimento do argumento.

Exemplo: em uma redação sobre fake news, você poderia mencionar:

  • A obra 1984 (Orwell) para falar de manipulação da informação;
  • A Declaração Universal dos Direitos Humanos para reforçar a importância do acesso à informação verdadeira;
  • Dados de pesquisas sobre o impacto das fake news em processos eleitorais.

Assim, você articula diferentes repertórios de forma coerente.

Treine seu repertório antes da prova

Não adianta tentar decorar centenas de referências na véspera. O mais eficiente é construir uma lista organizada com:

  • Autores clássicos;
  • Obras literárias;
  • Acontecimentos históricos;
  • Leis e documentos;
  • Filmes e músicas marcantes.

Revisar constantemente essa lista e aplicá-la em redações de treino vai garantir naturalidade na hora do exame.

Um repertório bem usado pode ser o diferencial entre uma redação mediana e uma redação nota 1000. Mais do que decorar frases, o segredo é compreender como esses elementos dialogam com os desafios sociais, culturais e políticos propostos no Enem.

Afinal, escrever bem não é só seguir regras: é também mostrar ao corretor que você sabe pensar de forma crítica, conectar ideias e construir argumentos que fazem sentido. Se o seu objetivo é alcançar a nota máxima, comece agora a montar seus próprios repertórios Enem e pratique como inseri-los com pertinência e produtividade em cada texto.

Veja também: Todos os temas de redação do Enem desde 1998

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