Redação sobre adultização infantil (com repertórios)

A redação sobre adultização infantil mostra como a infância tem sido abreviada em nome de padrões de comportamento, estética e consumo impostos pela sociedade. Exige sensibilidade, senso crítico e repertórios que mostrem domínio do assunto.

O que é adultização infantil?

A adultização infantil acontece quando crianças passam a ser tratadas, vestidas ou expostas como se fossem adultos. Isso vai desde a maneira como se vestem até a forma como se comportam nas redes sociais.

É quando troca-se a inocência e a liberdade típicas da infância por padrões de beleza, sensualização e pressões que deveriam estar distantes dessa fase da vida.

Exemplo clássico? A menina que tem incentivo a usar maquiagem pesada, postar fotos com poses adultas e consumir conteúdos voltados a um público mais velho. Isso não é amadurecimento, é uma distorção do tempo natural de crescer.

Como desenvolver a redação sobre adultização infantil

Para desenvolver esse tema, é essencial, portanto, mostrar que a adultização não surge do nada: ela é reflexo de uma cultura de consumo, da influência das mídias e da falta de limites impostos por alguns responsáveis e plataformas.

Você pode estruturar a redação assim:

  • Introdução: apresente o conceito e mostre o impacto social do fenômeno;
  • Desenvolvimento: analise causas e consequências;
  • Conclusão: proponha soluções que valorizem a preservação da infância.

Repertórios para usar na redação

Depois de apresentar o problema e desenvolver seus argumentos, chega a hora de mostrar que você domina o tema e sabe, então, conectá-lo com referências relevantes, e é aí que entram os repertórios socioculturais.

1# Simone de Beauvoir

A filósofa dizia que “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. Essa frase tem uso para discutir como se empurram meninas precocemente para padrões de feminilidade impostos, perdendo vivências típicas da infância.

2# Jean Piaget

O psicólogo suíço afirmava que o desenvolvimento infantil ocorre em estágios. A adultização interrompe esse processo natural, pois força a criança a lidar com experiências emocionais e sociais para as quais ela ainda não está preparada.

3# ONU – Convenção sobre os Direitos da Criança (1989)

Esse documento reforça que toda criança tem direito à proteção, lazer e desenvolvimento saudável. A adultização fere diretamente esses direitos, porque antecipa papéis e responsabilidades que pertencem à vida adulta.

4# Série “Pequenas Misses” (Toddlers and Tiaras)

Esse programa é, por conseguinte, um exemplo cultural forte da adultização: meninas pequenas expostas a competições de beleza, maquiagem, roupas e coreografias de adultas. Citar isso mostra repertório midiático e senso crítico.

5# Campanha “Deixa as crianças em paz” (Instituto Alana)

Um ótimo repertório contemporâneo brasileiro. Essa ONG trabalha pela proteção da infância contra a exploração comercial e a sexualização precoce, defendendo o direito de ser criança.

Veja também: Redação sobre bullying e violência nas escolas

Perguntas frequentes sobre adultização infantil para redação

Como proteger as crianças da adultização?

Proteger as crianças da adultização exige uma combinação de limites, diálogo e conscientização. É papel dos adultos filtrar os conteúdos consumidos, supervisionar o uso das redes sociais e incentivar o brincar livre, sem pressões estéticas ou comportamentais. Também é importante que a escola e a mídia atuem de forma ética, evitando campanhas que sexualizem ou explorem a imagem infantil. Em uma redação, vale destacar a necessidade de educação midiática e o fortalecimento de políticas públicas que preservem o desenvolvimento saudável da infância.

O que falar sobre consumismo na redação?

O consumismo pode ser um gancho excelente para discutir a adultização infantil. Crianças são constantemente bombardeadas por propagandas que as incentivam a querer produtos de adultos — roupas, maquiagens, celulares, brinquedos “da moda”. Na redação, você pode apontar o marketing infantil como um dos motores desse problema, citando campanhas que reforçam padrões de beleza e comportamento. Vale ainda destacar como o consumo precoce afeta a formação de identidade e transforma a infância em um alvo lucrativo para o mercado.

O que falar sobre o ECA na redação?

O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é um repertório jurídico poderoso. Ele garante direitos fundamentais, como o direito à educação, lazer, proteção e desenvolvimento pleno. Em uma redação sobre adultização infantil, o ECA pode ter uso para mostrar que a sociedade está falhando em cumprir esses direitos. Por exemplo, quando uma criança tem exposição à internet sem supervisão ou forçada a se comportar como adulta, há uma violação direta dos princípios de proteção previstos no ECA. Essa referência mostra que seu argumento tem base legal e sólida.

Como começar uma redação falando da minha infância?

Se o tema permitir, portanto, uma abordagem mais pessoal, começar falando da própria infância pode ser uma estratégia envolvente. Use uma lembrança simples, que simbolize o contraste com o mundo atual. Por exemplo:

“Quando eu era criança, minhas tardes eram preenchidas com brincadeiras na rua e histórias inventadas. Hoje, vejo muitas crianças trocando essa liberdade por telas, filtros e pressões que pertencem ao universo adulto.”

Essa introdução traz nostalgia, contraste e reflexão, elementos perfeitos para capturar a atenção do leitor e introduzir o tema da adultização de forma humanizada e crítica.

Referências:

SILVEIRA Netto, C. F. “O fim da infância? As ações de marketing e a ‘adultização’ …”. RAM. Revista de Administração Mackenzie, v. 11, n. 5, p. 129-150, out. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ram/a/snLZGH3RKdccMhQ7STf9tFq/. Acesso em: 30 out. 2025.

VIEIRA, Phablo Alves. A adultização infantil e a forte presença de influenciadores mirins em plataformas digitais sociais : um caso no Instagram. 2023. 82 f. Monografia (Graduação em Jornalismo) — Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2023. Disponível em: http://www.monografias.ufop.br/handle/35400000/6201. Acesso em: 30 out. 2025.

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