Poema de cordel com explicações

Um poema de cordel pode falar sobre amor, política, fé, costumes, lendas e até críticas sociais, sempre com simplicidade e ritmo marcante que conquista o leitor. A literatura de cordel é uma das expressões culturais mais fortes do Brasil, especialmente no Nordeste. Conhecida por seus versos rimados e cadenciados, ela é tradicionalmente impressa em folhetos ilustrados com xilogravuras e vendida em feiras populares.

O que é um poema de cordel?

O poema de cordel é uma forma de poesia popular escrita em versos rimados, geralmente em estrofes de seis ou sete linhas (sextilhas ou septilhas). Ele ganhou esse nome porque, antigamente, os folhetos eram pendurados em cordões (cordéis) para serem vendidos em feiras.

O cordel tem como característica a oralidade: ele pode ser lido ou recitado em voz alta, quase como uma cantoria. Por isso, encanta tanto o público, seja na feira, na escola ou em eventos culturais.

10 poemas de cordel com interpretação

1# A seca do sertão

“No sertão o sol castiga,
seca a terra, seca o chão,
mas o povo luta e segue
com coragem e coração.
Mesmo quando a chuva falta,
brota fé do seu torrão.”

Explicação: Este poema retrata a luta do nordestino contra a seca. Apesar das dificuldades, a fé e a resistência são marcas de sua identidade.

2# O vaqueiro nordestino

“O vaqueiro veste couro,
desbravando o matagal,
com coragem vai na frente,
no sertão é sem igual.
Guarda histórias na memória,
faz do gado seu quintal.”

Explicação: O vaqueiro é uma figura emblemática da cultura nordestina, símbolo de força, bravura e ligação com a terra.

3# A força da mulher

“Mulher forte e decidida,
que batalha noite e dia,
faz da luta sua sina,
transformando a agonia.
É a raiz da esperança,
é o verso que alumia.”

Explicação: Este cordel enaltece a mulher nordestina, mostrando sua garra e resiliência como sustentáculo da família e da sociedade.

4# O repente da viola

“No terreiro, a cantoria
faz o povo se animar,
repentista improvisando,
sabe o verso ajeitar.
É cultura que resiste,
é poesia a encantar.”

Explicação: O poema fala sobre a tradição dos repentistas, poetas que improvisam versos acompanhados de viola, símbolo da oralidade nordestina.

5# O boi encantado

“Dizem que lá na caatinga
tem um boi a reluzir,
de ouro são seus chifres,
quem achar vai dividir.
Mas cuidado com a lenda,
pode o povo iludir.”

Explicação: Inspirado nas lendas populares, esse cordel mostra como histórias fantásticas fazem parte do imaginário nordestino.

6# A feira nordestina

“Tem de tudo na barraca,
rapadura e caju,
tem cordel e tem xaxado,
bolo doce e mingau cru.
É na feira que o povo
faz do encontro seu baú.”

Explicação: A feira é um espaço central da vida no Nordeste, onde o comércio, a cultura e a convivência se misturam em um grande espetáculo popular.

7# A fé do povo

“O sertanejo é valente,
mas também sabe rezar,
vai à missa no domingo,
faz promessa sem cessar.
Na esperança da bonança,
segue firme a caminhar.”

Explicação: Este poema ressalta a religiosidade como parte essencial da cultura nordestina, servindo como fonte de força diante das adversidades.

8# A lua no sertão

“No céu claro do sertão
a lua vem clarear,
ilumina a vida dura,
faz o povo se encantar.
É consolo do destino,
que só Deus pode explicar.”

Explicação: A lua é símbolo de beleza e inspiração poética, trazendo leveza em meio às dificuldades do sertão.

9# O sanfoneiro

“A sanfona abre o baile,
faz o povo se alegrar,
com forró e com xote
ninguém fica sem dançar.
É cultura que resiste,
e ninguém vai apagar.”

Explicação: O sanfoneiro representa a alegria nordestina e a tradição musical que atravessa gerações com o forró e outras danças típicas.

10# O amor no sertão

“No terreiro de fulô,
dois olhares se encontraram,
foi um riso, foi um gesto,
corações logo se amaram.
Mesmo pobre é tão bonito,
quando é puro e declarado.”

Explicação: O cordel também é espaço para o amor simples e verdadeiro, mostrando que a beleza da vida está nas emoções sinceras.

Esses exemplos mostram como o poema de cordel é versátil, podendo falar de luta, fé, cultura, lendas, música e amor. Mais do que versos rimados, ele é um retrato da alma nordestina, que transforma a vida em poesia.

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Perguntas frequentes sobre poema de cordel

O que é um poema cordel?

Um poema de cordel é uma forma de poesia popular brasileira, geralmente escrita em versos rimados e impressa em folhetos ilustrados com xilogravuras. Recebe esse nome porque os folhetos eram pendurados em cordões (cordéis) em feiras e mercados. É marcado pela oralidade, podendo ser declamado ou cantado, e costuma abordar temas como amor, política, religiosidade, cultura e lendas do povo.

Quais são 10 exemplos de cordel?

Entre os mais conhecidos e estudados, destacam-se:

  1. O Pavão Misterioso – João Melchíades.
  2. A História de João da Cruz – Leandro Gomes de Barros.
  3. A Chegada de Lampião no Inferno – José Pacheco.
  4. O Boi Misterioso – João Ferreira de Lima.
  5. Juvenal e o Dragão – Leandro Gomes de Barros.
  6. O Romance do Pavão Misterioso – José Camelo de Melo Rezende.
  7. A Peleja de Riachão com o Diabo – Leandro Gomes de Barros.
  8. O Soldado Jogador – João Martins de Athayde.
  9. História da Donzela Teodora – Leandro Gomes de Barros.
  10. O Cachorro dos Mortos – Firmino Teixeira do Amaral.

Como fazer um poema de cordel?

Para escrever um cordel, é importante usar linguagem simples, rimada e musical, geralmente em sextilhas (estrofes de 6 versos). O ritmo deve ser fluido, permitindo que os versos possam ser lidos ou cantados. O tema pode variar entre crítica social, humor, religiosidade, lendas ou costumes. A criatividade está em unir poesia com a oralidade popular, criando um texto que seja fácil de memorizar e declamar.

Qual é o cordel mais famoso do Brasil?

O cordel mais famoso e difundido no Brasil é “O Pavão Misterioso”, escrito por João Melchíades. A obra, publicada em 1923, é considerada um marco da literatura de cordel e ganhou versões em peças de teatro, músicas e adaptações televisivas. Sua narrativa fantástica, cheia de aventuras e romance, é um exemplo clássico da riqueza dessa tradição cultural.

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